Segunda-feira, 29 de Junho de 2009

Se tens 18 anos e a 4ª Classe...


Aqui
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Domingo, 28 de Junho de 2009

Derby é Derby... e vice versa


Futebol é ao sábado à tarde... Mais aqui.
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Derby é Derby... e vice versa


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Quinta-feira, 25 de Junho de 2009

As Eleições... As Eleições...


Começam a agradar-me estes pequenos períodos em que em termos de “postagem” me remeto ao silêncio e me limito a absorver informação, seja ela sob a forma escrita, oral ou visual. O distanciamento (ou tentativa de) ao qual me voto é sempre benéfico, apesar, e irão ler isso um pouco mais à frente, de ter a minha opção pessoal bem formatada em relação ao período (triste) em que vivemos.

Estas últimas semanas de Benfica têm sido bem mais agitadas do que o normal. Bem, talvez não mais agitadas, mas o motivo da agitação é um pouco diferente.
As novelas (habituais digam-se) de final/início de época tendo como protagonistas o treinador e a partidas e chegadas no “terminal” da Luz foram substituídas por quentes discussões relativamente às eleições. Nos jornais, nas televisões, na blogosfera encarnada e entre os amigos.
O tema “Eleições” é vasto. Tão vasto que peço desculpa pelo enorme texto com o qual vos vou presentear. Peço desculpa também aos mais “fundamentalistas” pelo texto do MST. Mas na verdade um dos principais problemas do Benfica é o renegar de verdades irrefutáveis, porventura devido a esse mesmo “fundamentalismo”. O coração é assim. Tira-nos muitas vezes a razão.

Como vos disse, o tema é vasto. Vou dividi-lo por tópicos. Por vezes por personagens. Acredito que não concordem, que alguns argumentem que isto até pode ser mau benfiquismo, mas como diriam os saudosos (e esta é uma homenagem a um amigo de nome “Melga Mike”) Manic Street Preachers: This Is My Truth Tell Me Yours.
Com a vossa licença.

Luis Filipe Vieira

Tem de se começar por algum lado, e nada melhor do que pela personagem mais importante desta história: o presidente do SLB.
LFV vai para quase 9 anos de mandato presidencial no Sport Lisboa e Benfica. Substituiu Manuel Vilarinho que chegou ao clube após a gestão ruinosa de Vale e Azevedo (que por sua vez também recebeu outro legado não menos ruinoso: de Manuel Damásio).
Fazendo uma pesquisa pelo blog podem verificar que nunca morri de amores por Luis Filipe Vieira. Não me agrada o estilo, não me agrada a colagem ao modelo do fóculporto (apesar de ser constantemente negado, é por demais evidente…) e sobretudo não me agradam regimes ditatoriais em qualquer tipo de associativismo humano. Acredito numa meritocracia democrática.

Independentemente das minhas críticas em relação à gestão de LFV há que lhe dar valor por muita coisa que fez. O Benfica tem um Estádio que nos orgulha, tem finalmente um centro de estágio, manteve (ao contrário dos nossos rivais) os pavilhões e as piscinas, fazendo da Luz um pólo aglutinador de modalidades. Dá-me prazer ir a Luz aos fins-de-semana de manhã e ver dezenas de crianças a praticar desporto no nosso Estádio. Em relação a isso tiro o meu chapéu ao LFV. Como tiro em relação à Benfica TV.
Nas camadas jovens o Benfica vai lentamente recuperando do terramoto Vale e Azevedo e do “excelente” trabalho que o amigo do Souness fez nas nossas “youth teams”. Existem jogadores em ascensão que poderão, caso a gestão a nível sénior seja feita correctamente, a breve prazo chegar ao quadro principal do Benfica. O Miguel Victor já lá está, e pelo pouco que tenho visto dos juniores deste ano, provavelmente outros se seguirão. Desconheço se o mérito é do Alves, do Carraça, do Rui Aguas, do Bruno Lage ou do próprio Rui Costa. Provavelmente é um pouco de todos mas como LFV é o responsável máximo do Benfica, mais uma vez considero o trabalho ainda positivo, apesar dos passos atrás dados nos últimos dois anos.

No entanto ontem ouvi uma frase do António Costa que me deixou a pensar. A tirada é um original do Rui Rio e no caso particular do António Costa era dedicada ao Pedro Santana Lopes: “Quem faz a obra é quem a paga”. Lembrei-me do Benfica e de toda a obra que foi feita. Apesar das divergências que tenho com esta gestão não consegui sorrir. Fiquei apenas preocupado. O futuro dirá se com ou sem razão.

Aproveito o mote para justificar o porque não daria os meus 20 votos a LFV nas próximas eleições. Em primeiro lugar porque nunca o fiz. O que pode parecer uma declaração de casmurrice é simplesmente justificado por um aspecto: Não confio nele. Ou seja, não lhe compraria um carro em segunda mão.

A gestão do futebol do legado LFV é desastrosa. Se fizerem um rácio entre tempo no poder e títulos conquistados será porventura um dos piores do Benfica (provavelmente apenas suplantado pelo de Vale e Azevedo). Vieira conquistou uma Taça de Portugal, uma Supertaça, uma Taça da Liga e um Campeonato em praticamente 9 anos de presidência do Benfica. Se analisarmos bem, 2 desses títulos foram conquistados em situações “estranhas”: o campeonato ganho num ano em que o principal rival teve a sua pior época de sempre com 3 (!!!) treinadores (e mesmo assim ganho “à rasquinha” com uma cabeçada certeira do Luisão na penúltima jornada…) e da Taça da Liga é melhor não falar. Dirão os defensores de Vieira: “Ah e tal, o Fóculporto também ganha a roubar e também aproveita os nossos deméritos para vencer”. De acordo. E se o primeiro argumento é real (a até aceito justificar algumas brilhantes carreiras europeias com o “descanso” que é para o fóculporto o campeonato nacional) o segundo morre por si só. Pelo nosso demérito. Se analisar à lupa a gestão desportiva de LFV vejo treinadores que nada tinham em comum uns com os outros (o que denota clara falta de rumo): temos os estrangeiros vencedores sem nada a provar mas já na fase descendente da carreira (Trapattoni), os estrangeiros a meio da carreira com um percurso de altos e baixos (Camacho), os estrangeiros da nova geração (Koeman e Quique Flores) e os portugueses, um com títulos (Fernando Santos) outro com uma mão cheia de nada mas com vontade de ganhar (Jesus). Pelo meio ainda a substituição do Toni pelo Jesualdo com o nome de Mourinho a ecoar novamente nos corredores, no que representava uma tentativa de emendar à mão o erro cometido (por ambas as partes) que foi a saída de Mourinho do Benfica. Todos estes treinadores não tiveram o sucesso desejado no clube (uns menos que outros) e porventura nenhum deixou saudades (não acredito que se o Benfica anunciasse a contratação novamente de um destes nomes a máquina voraz do “sócio encarnado” ficasse feliz).

Chegaram também esta lista de jogadores sem qualquer qualidade para jogarem no Benfica: Toni, Cabral, Júlio César, Joao Manuel Pinto, Ronald Garcia, Pesaresi, Cristiano, Éder, Peixe, George Jardel, Anderson Luiz, Alex, Artur Futre, Yannick, José Rui, Manu, Amoreirinha, Paulo Almeida, Everson, Carlitos, Karadas, Delibasic, André Luiz, Beto, Karyaka, Moretto, Marco Ferreira, Laurent Robert, Manduca, Marcel, Miguelito, Diego Souza, Paulo Jorge, Kikin Fonseca, Derlei, Butt, Luis Filipe, Sretenovic, Zoro, Andres Diaz, Bergessio, Edcarlos e Makukula.
Dou de barato que alguns desta lista até tenham qualidades. Mas por um motivo ou outro nada renderam. Se por inadaptação, se por falta de orientação, se por erro de casting ou pura e simplesmente por ser o Benfica. Pior nível de aquisições apenas no período Damasiano.

Dirão os defensores do Presidente Vieira: “Ah e tal , alguns foram contratados pelo José Veiga como Director Desportivo do Benfica”. Deixo as seguintes perguntas: Quem é o responsável máximo? Quem contratou (e despediu) José Veiga?
Outros podem dizer que algumas das contratações foram da responsabilidade dos treinadores. Correcto. E qual o argumento para as aquisições em pacote de Alverca?
A outra face da moeda faz-se com nomes como Tiago, Ricardo Rocha, Nuno Gomes, Geovanni, Luisão, Manuel dos Santos, Nuno Assis, Nélson, Anderson, Léo, Karagounis, Miccoli, Rui Costa, David Luiz, Di Maria, Cardozo, Maxi Pereira, Christian Rodriguez, Aimar, Reyes, Ruben Amorim, Yebda, Sidnei e claro Simão Sabrosa, apesar da sua saída e os tais “2 jogadores do atlético” nunca ter sido bem explicada. Apesar do “affair” Christian Rodríguez, penso que o jogador deve ser incluído. E a sua saída do Benfica é mais imputável à sua falta de personalidade que à ineficácia da Direcção do Benfica. Direcção essa que permitiu que qualquer um pudesse ser capitão do Benfica: Fernando Meira usou a braçadeira no seu primeiro jogo, Drulovic foi capitão uma época inteira, e os exemplos não ficariam por aqui.
Pelo meio também outros (além do de Rodriguez) dossiers mal geridos: Manuel Fernandes à cabeça. No entanto, e mais uma vez, não há que fazer juízos de valor relativamente a esses casos. O ónus culpabilizante será repartido em diversos casos.

Já me alarguei demasiado em relação a LFV. O(s) meu(s) votos nunca poderiam ser nele. Existe demasiada má gestão desportiva, existem demasiadas promessas para cumprir e demasiada demagogia e populismo. Existe demasiado desrespeito pelas opiniões discordantes e demasiada governação camorrenta baseada em acordos de interesses e circunstância e na perseguição e insulto aos discordantes. Para isso contribui e muito uma massa amorfa benfiquista que apenas “acorda” neste momentos em que se contam espingardas para eleger candidatos. Onde estavam nos jogos? Onde estavam quando a equipa precisava de apoio em vez de lenços brancos?
Finalmente outro grande mérito de LFV. O Apito Dourado. Independentemente das conclusões judiciais do mesmo, o presidente LFV nunca deixou de lutar nessa causa. Se existiu “sururu” nesse campo deve-se a ele e ao livro da Carolina Salgado.

A nível da estrutura Benfica tenho também a apontar algumas coisas a Vieira: desde a falta de respeito para com muitos sócios, reflectida em problemas de bilhética para jogos fora (dificuldades nos grupos para irem a Camp Nou, inexistência de bilhetes para ir ao dragão), além da entrega dos destinos da segurança no complexo a alguém que revelou pouca competência e favorável à repressão constante sobre adeptos, fosse no estádio fosse nos pavilhões, e não me refiro somente aos membros dos grupos mas a todo o tipo de adeptos e sócios do clube. Também não consigo entender a entrada no clube de pessoas com ligações perigosas como José Veiga (pessoa que abordarei mais à frente), Paulo Gonçalves, Jorge Gomes (quantas voltas terá dado no túmulo o Presidente Jorge de Brito quando soube disso?), sem esquecer quando há uns anos andou a pavonear-se, perdoem-me o termo, com Filomena Pinto da Costa em plena Luz.

Não é uma presidência pela qual me orgulhe e como acredito mais facilmente em votos de protesto do que em votos úteis, não votaria neste momento em LFV.

Manuel Vilarinho

Até alguns dias atrás tinha por Manuel Vilarinho uma certa estima. Perdoei-lhe a promessa do Jardel não ter sido cumprida. Assobiei para o lado devido ao acto de ter “retirado” Vale e Azevedo da Luz.

O tempo foi passando. Vilarinho trouxe Vieira do Alverca e passou-lhe o testemunho. Ficou como presidente da Assembleia-geral do Benfica. Nas AG’s que assisti (e foram algumas) não demonstrou algum pulso necessário para manter a ordem e o respeito (inclusive pelo Presidente do Benfica, que mesmo discordando com ele, merece o meu respeito como tal). Assobiei para o lado.

Vilarinho apareceu nas últimas semanas ao seu melhor (pior) estilo. Numa entrevista à TVI24 resolveu falar de tudo e mais alguma coisa. E envergonhou o Benfica. Disse barbaridades acerca das modalidades e acerca do benfiquismo de cada um. Disse ainda que a antecipação das eleições fazia parte de uma estratégia pessoal do Presidente Vieira. Disse. Não foi escrito por jornalistas a soldo de interesses. Disse. Está gravado e foi difundido. Vilarinho foi talvez a personagem mais triste e infeliz destas últimas semanas. Até há alguns dias atrás encarava com normalidade a sua continuidade. Vieira, ciente da irresponsabilidade das declarações de Vilarinho chutou-o para canto. Substituído por Luis Nazaré (profissional competente que anteriormente passara e saiu do Benfica em desavença com … LFV), Vilarinho remeteu-se para onde está melhor: ao Silêncio.
De Vilarinho há também que não esquecer a colagem ao PSD de Durão Barroso. Num acto mais uma vez infeliz.

Movimento Benfica Vencer Vencer

Já há algum tempo que se vislumbrava uma forte oposição a LFV no combate eleitoral de Outubro. Juntaram-se diversas facções dos últimos tempos de Benfica (que vão desde os tempos de João Santos até aos de Vale e Azevedo) com não-alinhados e surgiu um Movimento: o Movimento Benfica Vencer Vencer.

Considero essencial o aparecer de um movimento de sócios do Benfica como este. É democraticamente importante existirem vozes críticas de preferência construtivas. Acompanhei com curiosidade o aparecimento do MBVV. Acho no entanto que a gravitação de determinadas personagens em redor do mesmo não lhe trará grandes benefícios. Não porque as pessoas não tenham direito à opinião. Todas têm. A questão é se o MBVV tem como objectivos a crítica à gestão do Benfica ou (como parece) eleitorais. Se tem eleitorais é realmente um tiro no pé ver o apoio ao MBVV de personagens como por ex o Manuel Damásio, ou tiradas como a que atribuíram a Vítor Santos (Bibi) a criação do estádio, pois se foi um dos criadores, e isso parece-me indiscutível, a forma como foi dita tal coisa desprezou de forma ingrata o grande trabalho de Mário Dias. No entanto, há que nunca esquecer, que algumas das personalidades que hoje são rostos visíveis do MBVV foram também apoiantes de Manuel Vilarinho aquando da luta eleitoral com Vale e Azevedo. Têm menos méritos agora que então? Há também Fernando Tavares, que ajudou a salvar o ecletismo do Benfica numa célebre Assembleia-geral no Casal Vistoso nos tempos de Manuel Vilarinho, e que acompanhou Vieira nas suas duas primeiras eleições. Seria uma garantia da manutenção do ecletismo do Benfica, é alguém muito apreciado nos pavilhões do Benfica, e foi alguém que sempre se mostrou muito sensível aos grupos de apoio do clube.

Acompanhei pessoalmente a apresentação do MBVV. Gostei dos gritos de “Benfica, Benfica, Benfica” no final da mesma (em vez dos Vieira, Vieira, Vieira numa Casa do Benfica dias antes). Esperava que fossem à luta. Não foram. Aceito a justificação do “golpe palaciano” de Vieira. Esperava que tivessem um projecto. Não o vi. E este já deveria estar pronto nesta fase. Tive pena. Gostei de ver o Bagão Félix na lista da putativa candidatura do MBVV para o Benfica.

Dá-lhe seriedade e coerência. Se daqui a 3 anos (ou menos) a lista se mantiver tal como está são uns sérios candidatos aos meus 20 votos. Se avançassem neste momento e sem programa visível…duvido.

Bruno Carvalho

Não conhecia o Bruno Carvalho até aparecerem as piores referências acerca da sua pessoa na blogosfera benfiquista. Comecei a acompanhar alguns dos seus textos no Novo Benfica de forma a poder comprovar o que muitos diziam dele. Li coisas que concordei, outras nem tanto. Não gosto da colagem ao modelo do fóculporto, mas também o Benfica de Vieira o faz. Encapotado. Na fase de campanha, o discurso é demasiado populista e “roça” o de Vale e Azevedo. No entanto há vários méritos que têm de ser apontados ao Bruno Carvalho: sempre pediu eleições antecipadas e estava pronto para a mesmas, tem um programa visível que sendo bom ou mau ao menos existe e pode ser consultado (ao contrário do de LFV e do MBVV) e sobretudo não desistiu. Está na Luta.

Não está ao nível de um Carlos Quaresma ou de um Guerra Madaleno mas também não me parece uma candidatura com capacidade para mais de 5% dos votos. Além dos anticorpos que gera por ser portuense (ridículo…) alimentou diversos ódios (por erro estratégico do mesmo) na blogosfera benfiquista que se propagaram ao universo dos adeptos. Errou também na maneira como geriu a campanha. A espectacular apresentação a bordo do Eagle One merece um aplauso (sim, um aplauso) por ser ousada e inovadora em Portugal (há mais de 20 anos já Silvio Berlusconi apresentava jogadores de helicóptero), mas em neste país cinzento e de pouca inovação acaba por gerar mais comentários de escárnio do que elogios. Apesar de tudo considero que tem feito uma campanha séria e válida. No entanto é uma carta fora do baralho apesar de ir a jogo. Seja hoje seja em 2012.

José Eduardo Moniz

Alto e para o baile. Quando o MBVV (e em particular José Veiga) disse que tinha um candidato para vencer longe de mim pensar em JEM. Pensei num Bagão Felix ou mesmo num Humberto Coelho. Sabia que Moniz era benfiquista mas não o via nestas andanças. E não via porquê? Em discussões privadas com amigos meus tenho uma teoria relativamente aos políticos: dado o nível da política portuguesa a mesma não se encontra atraente para gestores de sucesso no privado. Acho (achava) que o Benfica estava no mesmo estado. Apareciam Vieira, Carvalho, Veiga e … Quaresma. Nada de novo portanto. De repente soube de Moniz (na noite da apresentação do Movimento). Guardei o segredo e esperei pelos media. Rebentou no dia seguinte. Moniz era a opção número um do MBVV para as eleições. Jogava à bola (ou tentava) com uns companheiros de bancada quando chovem as sms’s a dizer que Moniz tinha recusado. Gostava que tivesse ido a jogo porque permitiria ter uma campanha eleitoral com debate de ideias. Ficou no banco.
Paciência. Cheguei a casa e vi a conferência de imprensa na internet. Percebi o medo de LFV que fez avançar para a estratégia de antecipação de eleições. Com Moniz em Outubro perdia. Com Moniz em Julho não teria a votação com uma percentagem “iraquiana” (é para ti Pedro F.ehehe) das ocasiões anteriores. Moniz é pessoa para ir a jogo. Seja em 2012 seja…antes.

Carlos Quaresma

Devia existir uma regra no Benfica que evitasse que certas personagens aparecessem coladas à imagem do Clube. Quaresma é uma delas. É o Guerra Madaleno destas eleições. Providência cautelar, lista em rascunho, a “família Ikea”, um Circo como profetizou um dia Artur Jorge.

José Veiga

Controverso Veiga entrou no Benfica pela mão de LFV. Apresenta como bandeira o último titulo conquistado e o blindar do balneário. Se em relação ao primeiro os seus méritos são mais modestos (para mim) do que o que ele pensa (para ele) devido ao carácter específico desse campeonato, já no segundo caso tiro-lhe o chapéu. Veiga sabe da “poda”. Aprendeu na escola da trapaça das Antas e sabe como funciona o Sistema. O maior elogio que lhe vi fazer foi por intermédio de um amigo meu do Colectivo (sim…tenho amigos em grupos rivais): “Lá em cima tremeu-se quando o Veiga assumiu o futebol do Benfica.”. Tem o óbice de ter sido Presidente da Casa do Fóculporto do Luxemburgo e alguma má “imprensa”. Do que lidei com ele nada tenho a apontar. Em relação ao nosso grupo sempre cumpriu tudo o que prometeu (ao contrário de LFV que sempre seguiu a favor do vento relativamente aos grupos organizados do Benfica) mas admito que seja uma personagem estranha ao Benfica. Veiga Presidente? Não me parece. Veiga na estrutura do Futebol do Benfica sobre a alçada de valores Benfiquistas? Talvez…

Não vai desistir e certamente irá a jogo no futuro. Com Moniz…ou sem ele.

Rui Costa

Neste momento é o valor mais intocável da estrutura benfiquista. Não pela qualidade do seu trabalho. Não pela sua visão de futebol. Não. Rui Costa é intocável por ser Benfiquista. Concordo com as vozes que dizem que o Rui Costa foi lançado às feras demasiado cedo. Concordo. Mas na altura quem poderia assumir o lugar? Rui Costa serviu (e está a servir) como mais um escudo protector do Presidente. Ouvi-o dizer (ouvi-o, não me contaram) que deixaria que o usassem se isso significasse o bem do Benfica. Acho que é o que estão a fazer e o Rui lá continua a bem do Benfica. Lamentei, mas compreendi muito bem, que assumisse a sua intenção de voto. Seria mais inteligente e um bem maior que se mantivesse sem assumir compromissos com quem quer que seja. O Rui é único mas será julgado juntamente com o LFV na próxima eleição de 2012.

Esperemos que Jesus e o projecto desportivo evitem que seja antes.

Neste final de época tem a mancha da rescisão de Quique Flores e da contratação de Jorge Jesus.

A novela teve o fim que todos sabiam há meses. Saiu Quique entrou Jesus. Pelo meio vários comunicados pouco sérios da SAD para a CMVM. Com desmentidos de factos reais. Desejo ao Rui Costa o melhor. Não só porque é o melhor para o Benfica, mas porque ele merece. E um dia, sinceramente, gostava que fosse o presidente do Benfica. Deixar-me ia bem mais orgulhoso do que os que têm por lá passado.

Eleições

Muitas vozes clamavam pela antecipação das mesmas para o final da época. Vieira provocou que fossem antecipadas para o defeso numa estratégia (segundo palavras de Manuel Vilarinho) que só ele podia explicar. Não explicou mas todos perceberam. Vieira, com medo da democracia popular (não confundir com populista) do Benfica resolveu jogar com os timings e fintar a oposição mais complicada que se perfilava para Outubro (como disse Moniz, se as eleições fossem em Outubro a conversa seria outra).

Independentemente de concordar ou não com eleições antecipadas (é ridículo os Estatutos do Benfica assumirem que as mesmas são em Outubro…) a maneira como toda a “trama” foi cozinhada envergonhou-me. A tradição democrática do Benfica foi enxovalhada num golpe palaciano e li algures uma frase que define tudo: o Benfica passou de clube democrático na ditadura para ditatorial na democracia. Ditadura? Mais uma colagem ao Fóculporto e ao seu regime presidencialista?


Jornais

Li num artigo do “vieirista” (ok..lambe cus) José Manuel Delgado que ao antecipar as eleiçoes Vieira evitava a manifestação das claques do Benfica caso os jogos não corressem de feição no início da época. Além de triste esta afirmação recupera o sentimento do Delgado anti-claques que sempre o caracterizou. Porventura por ter sido um guarda redes medíocre nunca sentiu o apoio de uma.

Sempre fui habituado a que A Bola defendesse os interesses do Benfica (como o Record dos viscondes e O Jogo do Fóculporto). Assumo isso com um sorriso matreiro. É obvio. Agora o que não esperava era que A Bola defendesse os interesses do presidente do Benfica (quem quer que ele seja). A que preço? Não sei. Sei que os artigos do José Manuel Delgado são para mim o que o Mourinho definiu como prostituição intelectual. A entrevista ao Rui Costa não teve qualquer pergunta incómoda (parecia escrita pelo João Gabriel) e as suas prosas defensoras de LFV só têm paralelo nas afirmações de um tal Pedro Guerra (funcionário da Benfica TV) que diz que o presidente LFV entrará na galeria de luxo dos presidentes do Benfica: “Luís Filipe Vieira vai ficar na História do Benfica: o quarteto de luxo de presidentes, Cosme Damião, Ferreira de Bogalho, Vieira de Brito e Borges Coutinho será um quinteto, daqui a uns anos”. Além de bajulador demonstra desconhecimento da história do Benfica: Cosme Damião nunca foi presidente. Tudo isto, pois claro, nas páginas de A Bola. Se a imprensa da Cofina é má (e é…) a Bola não está a prestar um melhor serviço. Péssima e parcial a cobertura das eleições no Benfica. Prostituição intelectual. Mais uma vez.

Grupos Organizados

O MBVV abordou os grupos. Não é segredo. Pelo que nos toca não ouviu promessas de votos. Ouviu preocupações e desalentos. Com o estado ao qual o Benfica chegou e da maneira que a direcção do Benfica trata os seus grupos. Erro de casting falar da legalização das claques (um assunto não discutível) mas de louvar não terem feito uma abordagem para pedir apoio (pelo menos directamente).

Em relação às outras candidaturas apenas o Bruno Carvalho levantou o assunto no seu programa que pode ser consultado no seu site. Também o vi falar da temática na Sic Noticias. Desconhece algumas coisas (a legalização mais uma vez) mas é importante ver que se preocupam connosco. Bem sei que porventura procuram votos mas felizmente os tempos das quotas pagas pelas direcções do Benfica e/ou material e viagens pagas pelos candidatos são uma realidade bem distante. A bem da independência. Individual e colectiva. Ao contrário da imprensa, pelo que nos toca, não nos prostituímos.

O meu Benfica (utópico)

A necessidade de apostar em modelos de outrem é demonstrativa da falta de um modelo próprio por parte do Benfica. O Freitas Lobo no seu artigo deste fim-de-semana no Expresso toca nesse ponto fulcral. Pelo que me toca, e aproveitando o que de bom se poderia importar, gostava de um misto de Athletic Bilbao com o Bayern. Um Benfica sem patrocínio nas camisolas com uma aposta em jogadores nacionais (os estrangeiros teriam de ser melhores que os portugueses disponíveis) não só no futebol sénior como nos escalões inferiores e nas modalidades de pavilhão. Gostava de um Benfica gerido por pessoas do Benfica. Pessoas que sentem o Benfica. Que viveram e cresceram no Benfica. Que sabem o que é uma Luz cheia nos derbys (e já agora que percebam que o nosso rival de sempre é o Sporting e que isto do fóculporto é mais uma coisa feita por eles – para se sentirem alguém – do que por nós) e vazia em jogos da Taça de Portugal.
Pessoas que se distingam no universo Benfiquista. Que não cheguem ao Benfica como salvadores ou messias. Benfiquistas. De sempre e para sempre. Percebem?


Dia 3 de Julho vou votar. Em branco. Imaculado destas trapalhadas todas que nestas últimas semanas apenas têm empobrecido a história do Benfica.

Obrigado pela vossa paciência em ler tudo isto.

Viva o Benfica !!!!
publicado por velhoestilo às 10:54
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As Eleições... As Eleições...


Começam a agradar-me estes pequenos períodos em que em termos de “postagem” me remeto ao silêncio e me limito a absorver informação, seja ela sob a forma escrita, oral ou visual. O distanciamento (ou tentativa de) ao qual me voto é sempre benéfico, apesar, e irão ler isso um pouco mais à frente, de ter a minha opção pessoal bem formatada em relação ao período (triste) em que vivemos.

Estas últimas semanas de Benfica têm sido bem mais agitadas do que o normal. Bem, talvez não mais agitadas, mas o motivo da agitação é um pouco diferente.
As novelas (habituais digam-se) de final/início de época tendo como protagonistas o treinador e a partidas e chegadas no “terminal” da Luz foram substituídas por quentes discussões relativamente às eleições. Nos jornais, nas televisões, na blogosfera encarnada e entre os amigos.
O tema “Eleições” é vasto. Tão vasto que peço desculpa pelo enorme texto com o qual vos vou presentear. Peço desculpa também aos mais “fundamentalistas” pelo texto do MST. Mas na verdade um dos principais problemas do Benfica é o renegar de verdades irrefutáveis, porventura devido a esse mesmo “fundamentalismo”. O coração é assim. Tira-nos muitas vezes a razão.

Como vos disse, o tema é vasto. Vou dividi-lo por tópicos. Por vezes por personagens. Acredito que não concordem, que alguns argumentem que isto até pode ser mau benfiquismo, mas como diriam os saudosos (e esta é uma homenagem a um amigo de nome “Melga Mike”) Manic Street Preachers: This Is My Truth Tell Me Yours.
Com a vossa licença.

Luis Filipe Vieira

Tem de se começar por algum lado, e nada melhor do que pela personagem mais importante desta história: o presidente do SLB.
LFV vai para quase 9 anos de mandato presidencial no Sport Lisboa e Benfica. Substituiu Manuel Vilarinho que chegou ao clube após a gestão ruinosa de Vale e Azevedo (que por sua vez também recebeu outro legado não menos ruinoso: de Manuel Damásio).
Fazendo uma pesquisa pelo blog podem verificar que nunca morri de amores por Luis Filipe Vieira. Não me agrada o estilo, não me agrada a colagem ao modelo do fóculporto (apesar de ser constantemente negado, é por demais evidente…) e sobretudo não me agradam regimes ditatoriais em qualquer tipo de associativismo humano. Acredito numa meritocracia democrática.

Independentemente das minhas críticas em relação à gestão de LFV há que lhe dar valor por muita coisa que fez. O Benfica tem um Estádio que nos orgulha, tem finalmente um centro de estágio, manteve (ao contrário dos nossos rivais) os pavilhões e as piscinas, fazendo da Luz um pólo aglutinador de modalidades. Dá-me prazer ir a Luz aos fins-de-semana de manhã e ver dezenas de crianças a praticar desporto no nosso Estádio. Em relação a isso tiro o meu chapéu ao LFV. Como tiro em relação à Benfica TV.
Nas camadas jovens o Benfica vai lentamente recuperando do terramoto Vale e Azevedo e do “excelente” trabalho que o amigo do Souness fez nas nossas “youth teams”. Existem jogadores em ascensão que poderão, caso a gestão a nível sénior seja feita correctamente, a breve prazo chegar ao quadro principal do Benfica. O Miguel Victor já lá está, e pelo pouco que tenho visto dos juniores deste ano, provavelmente outros se seguirão. Desconheço se o mérito é do Alves, do Carraça, do Rui Aguas, do Bruno Lage ou do próprio Rui Costa. Provavelmente é um pouco de todos mas como LFV é o responsável máximo do Benfica, mais uma vez considero o trabalho ainda positivo, apesar dos passos atrás dados nos últimos dois anos.

No entanto ontem ouvi uma frase do António Costa que me deixou a pensar. A tirada é um original do Rui Rio e no caso particular do António Costa era dedicada ao Pedro Santana Lopes: “Quem faz a obra é quem a paga”. Lembrei-me do Benfica e de toda a obra que foi feita. Apesar das divergências que tenho com esta gestão não consegui sorrir. Fiquei apenas preocupado. O futuro dirá se com ou sem razão.

Aproveito o mote para justificar o porque não daria os meus 20 votos a LFV nas próximas eleições. Em primeiro lugar porque nunca o fiz. O que pode parecer uma declaração de casmurrice é simplesmente justificado por um aspecto: Não confio nele. Ou seja, não lhe compraria um carro em segunda mão.

A gestão do futebol do legado LFV é desastrosa. Se fizerem um rácio entre tempo no poder e títulos conquistados será porventura um dos piores do Benfica (provavelmente apenas suplantado pelo de Vale e Azevedo). Vieira conquistou uma Taça de Portugal, uma Supertaça, uma Taça da Liga e um Campeonato em praticamente 9 anos de presidência do Benfica. Se analisarmos bem, 2 desses títulos foram conquistados em situações “estranhas”: o campeonato ganho num ano em que o principal rival teve a sua pior época de sempre com 3 (!!!) treinadores (e mesmo assim ganho “à rasquinha” com uma cabeçada certeira do Luisão na penúltima jornada…) e da Taça da Liga é melhor não falar. Dirão os defensores de Vieira: “Ah e tal, o Fóculporto também ganha a roubar e também aproveita os nossos deméritos para vencer”. De acordo. E se o primeiro argumento é real (a até aceito justificar algumas brilhantes carreiras europeias com o “descanso” que é para o fóculporto o campeonato nacional) o segundo morre por si só. Pelo nosso demérito. Se analisar à lupa a gestão desportiva de LFV vejo treinadores que nada tinham em comum uns com os outros (o que denota clara falta de rumo): temos os estrangeiros vencedores sem nada a provar mas já na fase descendente da carreira (Trapattoni), os estrangeiros a meio da carreira com um percurso de altos e baixos (Camacho), os estrangeiros da nova geração (Koeman e Quique Flores) e os portugueses, um com títulos (Fernando Santos) outro com uma mão cheia de nada mas com vontade de ganhar (Jesus). Pelo meio ainda a substituição do Toni pelo Jesualdo com o nome de Mourinho a ecoar novamente nos corredores, no que representava uma tentativa de emendar à mão o erro cometido (por ambas as partes) que foi a saída de Mourinho do Benfica. Todos estes treinadores não tiveram o sucesso desejado no clube (uns menos que outros) e porventura nenhum deixou saudades (não acredito que se o Benfica anunciasse a contratação novamente de um destes nomes a máquina voraz do “sócio encarnado” ficasse feliz).

Chegaram também esta lista de jogadores sem qualquer qualidade para jogarem no Benfica: Toni, Cabral, Júlio César, Joao Manuel Pinto, Ronald Garcia, Pesaresi, Cristiano, Éder, Peixe, George Jardel, Anderson Luiz, Alex, Artur Futre, Yannick, José Rui, Manu, Amoreirinha, Paulo Almeida, Everson, Carlitos, Karadas, Delibasic, André Luiz, Beto, Karyaka, Moretto, Marco Ferreira, Laurent Robert, Manduca, Marcel, Miguelito, Diego Souza, Paulo Jorge, Kikin Fonseca, Derlei, Butt, Luis Filipe, Sretenovic, Zoro, Andres Diaz, Bergessio, Edcarlos e Makukula.
Dou de barato que alguns desta lista até tenham qualidades. Mas por um motivo ou outro nada renderam. Se por inadaptação, se por falta de orientação, se por erro de casting ou pura e simplesmente por ser o Benfica. Pior nível de aquisições apenas no período Damasiano.

Dirão os defensores do Presidente Vieira: “Ah e tal , alguns foram contratados pelo José Veiga como Director Desportivo do Benfica”. Deixo as seguintes perguntas: Quem é o responsável máximo? Quem contratou (e despediu) José Veiga?
Outros podem dizer que algumas das contratações foram da responsabilidade dos treinadores. Correcto. E qual o argumento para as aquisições em pacote de Alverca?
A outra face da moeda faz-se com nomes como Tiago, Ricardo Rocha, Nuno Gomes, Geovanni, Luisão, Manuel dos Santos, Nuno Assis, Nélson, Anderson, Léo, Karagounis, Miccoli, Rui Costa, David Luiz, Di Maria, Cardozo, Maxi Pereira, Christian Rodriguez, Aimar, Reyes, Ruben Amorim, Yebda, Sidnei e claro Simão Sabrosa, apesar da sua saída e os tais “2 jogadores do atlético” nunca ter sido bem explicada. Apesar do “affair” Christian Rodríguez, penso que o jogador deve ser incluído. E a sua saída do Benfica é mais imputável à sua falta de personalidade que à ineficácia da Direcção do Benfica. Direcção essa que permitiu que qualquer um pudesse ser capitão do Benfica: Fernando Meira usou a braçadeira no seu primeiro jogo, Drulovic foi capitão uma época inteira, e os exemplos não ficariam por aqui.
Pelo meio também outros (além do de Rodriguez) dossiers mal geridos: Manuel Fernandes à cabeça. No entanto, e mais uma vez, não há que fazer juízos de valor relativamente a esses casos. O ónus culpabilizante será repartido em diversos casos.

Já me alarguei demasiado em relação a LFV. O(s) meu(s) votos nunca poderiam ser nele. Existe demasiada má gestão desportiva, existem demasiadas promessas para cumprir e demasiada demagogia e populismo. Existe demasiado desrespeito pelas opiniões discordantes e demasiada governação camorrenta baseada em acordos de interesses e circunstância e na perseguição e insulto aos discordantes. Para isso contribui e muito uma massa amorfa benfiquista que apenas “acorda” neste momentos em que se contam espingardas para eleger candidatos. Onde estavam nos jogos? Onde estavam quando a equipa precisava de apoio em vez de lenços brancos?
Finalmente outro grande mérito de LFV. O Apito Dourado. Independentemente das conclusões judiciais do mesmo, o presidente LFV nunca deixou de lutar nessa causa. Se existiu “sururu” nesse campo deve-se a ele e ao livro da Carolina Salgado.

A nível da estrutura Benfica tenho também a apontar algumas coisas a Vieira: desde a falta de respeito para com muitos sócios, reflectida em problemas de bilhética para jogos fora (dificuldades nos grupos para irem a Camp Nou, inexistência de bilhetes para ir ao dragão), além da entrega dos destinos da segurança no complexo a alguém que revelou pouca competência e favorável à repressão constante sobre adeptos, fosse no estádio fosse nos pavilhões, e não me refiro somente aos membros dos grupos mas a todo o tipo de adeptos e sócios do clube. Também não consigo entender a entrada no clube de pessoas com ligações perigosas como José Veiga (pessoa que abordarei mais à frente), Paulo Gonçalves, Jorge Gomes (quantas voltas terá dado no túmulo o Presidente Jorge de Brito quando soube disso?), sem esquecer quando há uns anos andou a pavonear-se, perdoem-me o termo, com Filomena Pinto da Costa em plena Luz.

Não é uma presidência pela qual me orgulhe e como acredito mais facilmente em votos de protesto do que em votos úteis, não votaria neste momento em LFV.

Manuel Vilarinho

Até alguns dias atrás tinha por Manuel Vilarinho uma certa estima. Perdoei-lhe a promessa do Jardel não ter sido cumprida. Assobiei para o lado devido ao acto de ter “retirado” Vale e Azevedo da Luz.

O tempo foi passando. Vilarinho trouxe Vieira do Alverca e passou-lhe o testemunho. Ficou como presidente da Assembleia-geral do Benfica. Nas AG’s que assisti (e foram algumas) não demonstrou algum pulso necessário para manter a ordem e o respeito (inclusive pelo Presidente do Benfica, que mesmo discordando com ele, merece o meu respeito como tal). Assobiei para o lado.

Vilarinho apareceu nas últimas semanas ao seu melhor (pior) estilo. Numa entrevista à TVI24 resolveu falar de tudo e mais alguma coisa. E envergonhou o Benfica. Disse barbaridades acerca das modalidades e acerca do benfiquismo de cada um. Disse ainda que a antecipação das eleições fazia parte de uma estratégia pessoal do Presidente Vieira. Disse. Não foi escrito por jornalistas a soldo de interesses. Disse. Está gravado e foi difundido. Vilarinho foi talvez a personagem mais triste e infeliz destas últimas semanas. Até há alguns dias atrás encarava com normalidade a sua continuidade. Vieira, ciente da irresponsabilidade das declarações de Vilarinho chutou-o para canto. Substituído por Luis Nazaré (profissional competente que anteriormente passara e saiu do Benfica em desavença com … LFV), Vilarinho remeteu-se para onde está melhor: ao Silêncio.
De Vilarinho há também que não esquecer a colagem ao PSD de Durão Barroso. Num acto mais uma vez infeliz.

Movimento Benfica Vencer Vencer

Já há algum tempo que se vislumbrava uma forte oposição a LFV no combate eleitoral de Outubro. Juntaram-se diversas facções dos últimos tempos de Benfica (que vão desde os tempos de João Santos até aos de Vale e Azevedo) com não-alinhados e surgiu um Movimento: o Movimento Benfica Vencer Vencer.

Considero essencial o aparecer de um movimento de sócios do Benfica como este. É democraticamente importante existirem vozes críticas de preferência construtivas. Acompanhei com curiosidade o aparecimento do MBVV. Acho no entanto que a gravitação de determinadas personagens em redor do mesmo não lhe trará grandes benefícios. Não porque as pessoas não tenham direito à opinião. Todas têm. A questão é se o MBVV tem como objectivos a crítica à gestão do Benfica ou (como parece) eleitorais. Se tem eleitorais é realmente um tiro no pé ver o apoio ao MBVV de personagens como por ex o Manuel Damásio, ou tiradas como a que atribuíram a Vítor Santos (Bibi) a criação do estádio, pois se foi um dos criadores, e isso parece-me indiscutível, a forma como foi dita tal coisa desprezou de forma ingrata o grande trabalho de Mário Dias. No entanto, há que nunca esquecer, que algumas das personalidades que hoje são rostos visíveis do MBVV foram também apoiantes de Manuel Vilarinho aquando da luta eleitoral com Vale e Azevedo. Têm menos méritos agora que então? Há também Fernando Tavares, que ajudou a salvar o ecletismo do Benfica numa célebre Assembleia-geral no Casal Vistoso nos tempos de Manuel Vilarinho, e que acompanhou Vieira nas suas duas primeiras eleições. Seria uma garantia da manutenção do ecletismo do Benfica, é alguém muito apreciado nos pavilhões do Benfica, e foi alguém que sempre se mostrou muito sensível aos grupos de apoio do clube.

Acompanhei pessoalmente a apresentação do MBVV. Gostei dos gritos de “Benfica, Benfica, Benfica” no final da mesma (em vez dos Vieira, Vieira, Vieira numa Casa do Benfica dias antes). Esperava que fossem à luta. Não foram. Aceito a justificação do “golpe palaciano” de Vieira. Esperava que tivessem um projecto. Não o vi. E este já deveria estar pronto nesta fase. Tive pena. Gostei de ver o Bagão Félix na lista da putativa candidatura do MBVV para o Benfica.

Dá-lhe seriedade e coerência. Se daqui a 3 anos (ou menos) a lista se mantiver tal como está são uns sérios candidatos aos meus 20 votos. Se avançassem neste momento e sem programa visível…duvido.

Bruno Carvalho

Não conhecia o Bruno Carvalho até aparecerem as piores referências acerca da sua pessoa na blogosfera benfiquista. Comecei a acompanhar alguns dos seus textos no Novo Benfica de forma a poder comprovar o que muitos diziam dele. Li coisas que concordei, outras nem tanto. Não gosto da colagem ao modelo do fóculporto, mas também o Benfica de Vieira o faz. Encapotado. Na fase de campanha, o discurso é demasiado populista e “roça” o de Vale e Azevedo. No entanto há vários méritos que têm de ser apontados ao Bruno Carvalho: sempre pediu eleições antecipadas e estava pronto para a mesmas, tem um programa visível que sendo bom ou mau ao menos existe e pode ser consultado (ao contrário do de LFV e do MBVV) e sobretudo não desistiu. Está na Luta.

Não está ao nível de um Carlos Quaresma ou de um Guerra Madaleno mas também não me parece uma candidatura com capacidade para mais de 5% dos votos. Além dos anticorpos que gera por ser portuense (ridículo…) alimentou diversos ódios (por erro estratégico do mesmo) na blogosfera benfiquista que se propagaram ao universo dos adeptos. Errou também na maneira como geriu a campanha. A espectacular apresentação a bordo do Eagle One merece um aplauso (sim, um aplauso) por ser ousada e inovadora em Portugal (há mais de 20 anos já Silvio Berlusconi apresentava jogadores de helicóptero), mas em neste país cinzento e de pouca inovação acaba por gerar mais comentários de escárnio do que elogios. Apesar de tudo considero que tem feito uma campanha séria e válida. No entanto é uma carta fora do baralho apesar de ir a jogo. Seja hoje seja em 2012.

José Eduardo Moniz

Alto e para o baile. Quando o MBVV (e em particular José Veiga) disse que tinha um candidato para vencer longe de mim pensar em JEM. Pensei num Bagão Felix ou mesmo num Humberto Coelho. Sabia que Moniz era benfiquista mas não o via nestas andanças. E não via porquê? Em discussões privadas com amigos meus tenho uma teoria relativamente aos políticos: dado o nível da política portuguesa a mesma não se encontra atraente para gestores de sucesso no privado. Acho (achava) que o Benfica estava no mesmo estado. Apareciam Vieira, Carvalho, Veiga e … Quaresma. Nada de novo portanto. De repente soube de Moniz (na noite da apresentação do Movimento). Guardei o segredo e esperei pelos media. Rebentou no dia seguinte. Moniz era a opção número um do MBVV para as eleições. Jogava à bola (ou tentava) com uns companheiros de bancada quando chovem as sms’s a dizer que Moniz tinha recusado. Gostava que tivesse ido a jogo porque permitiria ter uma campanha eleitoral com debate de ideias. Ficou no banco.
Paciência. Cheguei a casa e vi a conferência de imprensa na internet. Percebi o medo de LFV que fez avançar para a estratégia de antecipação de eleições. Com Moniz em Outubro perdia. Com Moniz em Julho não teria a votação com uma percentagem “iraquiana” (é para ti Pedro F.ehehe) das ocasiões anteriores. Moniz é pessoa para ir a jogo. Seja em 2012 seja…antes.

Carlos Quaresma

Devia existir uma regra no Benfica que evitasse que certas personagens aparecessem coladas à imagem do Clube. Quaresma é uma delas. É o Guerra Madaleno destas eleições. Providência cautelar, lista em rascunho, a “família Ikea”, um Circo como profetizou um dia Artur Jorge.

José Veiga

Controverso Veiga entrou no Benfica pela mão de LFV. Apresenta como bandeira o último titulo conquistado e o blindar do balneário. Se em relação ao primeiro os seus méritos são mais modestos (para mim) do que o que ele pensa (para ele) devido ao carácter específico desse campeonato, já no segundo caso tiro-lhe o chapéu. Veiga sabe da “poda”. Aprendeu na escola da trapaça das Antas e sabe como funciona o Sistema. O maior elogio que lhe vi fazer foi por intermédio de um amigo meu do Colectivo (sim…tenho amigos em grupos rivais): “Lá em cima tremeu-se quando o Veiga assumiu o futebol do Benfica.”. Tem o óbice de ter sido Presidente da Casa do Fóculporto do Luxemburgo e alguma má “imprensa”. Do que lidei com ele nada tenho a apontar. Em relação ao nosso grupo sempre cumpriu tudo o que prometeu (ao contrário de LFV que sempre seguiu a favor do vento relativamente aos grupos organizados do Benfica) mas admito que seja uma personagem estranha ao Benfica. Veiga Presidente? Não me parece. Veiga na estrutura do Futebol do Benfica sobre a alçada de valores Benfiquistas? Talvez…

Não vai desistir e certamente irá a jogo no futuro. Com Moniz…ou sem ele.

Rui Costa

Neste momento é o valor mais intocável da estrutura benfiquista. Não pela qualidade do seu trabalho. Não pela sua visão de futebol. Não. Rui Costa é intocável por ser Benfiquista. Concordo com as vozes que dizem que o Rui Costa foi lançado às feras demasiado cedo. Concordo. Mas na altura quem poderia assumir o lugar? Rui Costa serviu (e está a servir) como mais um escudo protector do Presidente. Ouvi-o dizer (ouvi-o, não me contaram) que deixaria que o usassem se isso significasse o bem do Benfica. Acho que é o que estão a fazer e o Rui lá continua a bem do Benfica. Lamentei, mas compreendi muito bem, que assumisse a sua intenção de voto. Seria mais inteligente e um bem maior que se mantivesse sem assumir compromissos com quem quer que seja. O Rui é único mas será julgado juntamente com o LFV na próxima eleição de 2012.

Esperemos que Jesus e o projecto desportivo evitem que seja antes.

Neste final de época tem a mancha da rescisão de Quique Flores e da contratação de Jorge Jesus.

A novela teve o fim que todos sabiam há meses. Saiu Quique entrou Jesus. Pelo meio vários comunicados pouco sérios da SAD para a CMVM. Com desmentidos de factos reais. Desejo ao Rui Costa o melhor. Não só porque é o melhor para o Benfica, mas porque ele merece. E um dia, sinceramente, gostava que fosse o presidente do Benfica. Deixar-me ia bem mais orgulhoso do que os que têm por lá passado.

Eleições

Muitas vozes clamavam pela antecipação das mesmas para o final da época. Vieira provocou que fossem antecipadas para o defeso numa estratégia (segundo palavras de Manuel Vilarinho) que só ele podia explicar. Não explicou mas todos perceberam. Vieira, com medo da democracia popular (não confundir com populista) do Benfica resolveu jogar com os timings e fintar a oposição mais complicada que se perfilava para Outubro (como disse Moniz, se as eleições fossem em Outubro a conversa seria outra).

Independentemente de concordar ou não com eleições antecipadas (é ridículo os Estatutos do Benfica assumirem que as mesmas são em Outubro…) a maneira como toda a “trama” foi cozinhada envergonhou-me. A tradição democrática do Benfica foi enxovalhada num golpe palaciano e li algures uma frase que define tudo: o Benfica passou de clube democrático na ditadura para ditatorial na democracia. Ditadura? Mais uma colagem ao Fóculporto e ao seu regime presidencialista?


Jornais

Li num artigo do “vieirista” (ok..lambe cus) José Manuel Delgado que ao antecipar as eleiçoes Vieira evitava a manifestação das claques do Benfica caso os jogos não corressem de feição no início da época. Além de triste esta afirmação recupera o sentimento do Delgado anti-claques que sempre o caracterizou. Porventura por ter sido um guarda redes medíocre nunca sentiu o apoio de uma.

Sempre fui habituado a que A Bola defendesse os interesses do Benfica (como o Record dos viscondes e O Jogo do Fóculporto). Assumo isso com um sorriso matreiro. É obvio. Agora o que não esperava era que A Bola defendesse os interesses do presidente do Benfica (quem quer que ele seja). A que preço? Não sei. Sei que os artigos do José Manuel Delgado são para mim o que o Mourinho definiu como prostituição intelectual. A entrevista ao Rui Costa não teve qualquer pergunta incómoda (parecia escrita pelo João Gabriel) e as suas prosas defensoras de LFV só têm paralelo nas afirmações de um tal Pedro Guerra (funcionário da Benfica TV) que diz que o presidente LFV entrará na galeria de luxo dos presidentes do Benfica: “Luís Filipe Vieira vai ficar na História do Benfica: o quarteto de luxo de presidentes, Cosme Damião, Ferreira de Bogalho, Vieira de Brito e Borges Coutinho será um quinteto, daqui a uns anos”. Além de bajulador demonstra desconhecimento da história do Benfica: Cosme Damião nunca foi presidente. Tudo isto, pois claro, nas páginas de A Bola. Se a imprensa da Cofina é má (e é…) a Bola não está a prestar um melhor serviço. Péssima e parcial a cobertura das eleições no Benfica. Prostituição intelectual. Mais uma vez.

Grupos Organizados

O MBVV abordou os grupos. Não é segredo. Pelo que nos toca não ouviu promessas de votos. Ouviu preocupações e desalentos. Com o estado ao qual o Benfica chegou e da maneira que a direcção do Benfica trata os seus grupos. Erro de casting falar da legalização das claques (um assunto não discutível) mas de louvar não terem feito uma abordagem para pedir apoio (pelo menos directamente).

Em relação às outras candidaturas apenas o Bruno Carvalho levantou o assunto no seu programa que pode ser consultado no seu site. Também o vi falar da temática na Sic Noticias. Desconhece algumas coisas (a legalização mais uma vez) mas é importante ver que se preocupam connosco. Bem sei que porventura procuram votos mas felizmente os tempos das quotas pagas pelas direcções do Benfica e/ou material e viagens pagas pelos candidatos são uma realidade bem distante. A bem da independência. Individual e colectiva. Ao contrário da imprensa, pelo que nos toca, não nos prostituímos.

O meu Benfica (utópico)

A necessidade de apostar em modelos de outrem é demonstrativa da falta de um modelo próprio por parte do Benfica. O Freitas Lobo no seu artigo deste fim-de-semana no Expresso toca nesse ponto fulcral. Pelo que me toca, e aproveitando o que de bom se poderia importar, gostava de um misto de Athletic Bilbao com o Bayern. Um Benfica sem patrocínio nas camisolas com uma aposta em jogadores nacionais (os estrangeiros teriam de ser melhores que os portugueses disponíveis) não só no futebol sénior como nos escalões inferiores e nas modalidades de pavilhão. Gostava de um Benfica gerido por pessoas do Benfica. Pessoas que sentem o Benfica. Que viveram e cresceram no Benfica. Que sabem o que é uma Luz cheia nos derbys (e já agora que percebam que o nosso rival de sempre é o Sporting e que isto do fóculporto é mais uma coisa feita por eles – para se sentirem alguém – do que por nós) e vazia em jogos da Taça de Portugal.
Pessoas que se distingam no universo Benfiquista. Que não cheguem ao Benfica como salvadores ou messias. Benfiquistas. De sempre e para sempre. Percebem?


Dia 3 de Julho vou votar. Em branco. Imaculado destas trapalhadas todas que nestas últimas semanas apenas têm empobrecido a história do Benfica.

Obrigado pela vossa paciência em ler tudo isto.

Viva o Benfica !!!!
publicado por velhoestilo às 10:54
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Nortada

«Assalto» ao Glorioso Por MIGUEL SOUSA TAVARES

Os ditadores modernos nunca se assumem como tal, até porque têm sempre a seu favor poder reclamar a legitimidade democrática de uma eleição. A sua sabedoria consiste exactamente em saber perpetuar-se no poder, preparando as eleições de forma que não possa nunca haver outro vencedor. O nosso poder autárquico está cheio de casos destes, a que chamam os «dinossauros» do poder local; o poder regional tem o exemplo supremo, à escala mundial, do grande líder Jardim, vencedor de 27 eleições e há 30 anos no poder; o mundo futebolístico abunda em exemplos semelhantes, de que o mais conhecido e antigo é o de Pinto da Costa no FC Porto, e o último em data o de Luís Filipe Vieira no Benfica. A diferença (e estamos a falar de e futebol e competição) é que, enquanto que Pinto da Costa é um vencedor, Vieira é um perdedor — que fala grosso mas voa baixinho.

Já se conhece de cor e salteado a ladainha de Luís Filipe Vieira: ele está no Benfica com grande sacrifício pessoal e familiar e só faz o obséquio de se recandidatar e recandidatar para não entregar o clube a «aventureiros» e «oportunistas» — que agora querem vir colher os frutos que ele semeou em anos em que «recuperou a credibilidade» para a «instituição» e tornou a «marca Benfica» a coisa mais apetecível do mercado português (não esquecendo as vitórias desportivas: o inesquecível campeonato Trapattoni e uma coisa chamada Taça da Liga, conquistada a meias com Lucílio Baptista).
Viera passa os anos de mandato a fazer a sua auto-propaganda pessoal, percorrendo o povo benfiquista de lés a lés, e produzindo densos discursos de exaltação da sua pessoa. E passa o último ano dos mandatos a alertar contra os traidores que lhe querem roubar o lugar — esse crime de lesa-majestade! — atrevendo-se a disputar eleições contra ele. Este ano, com eleições previstas para Outubro, Vieira detectou no ar um cheiro a «instabilidade» insuportável e a conspiração adiantada. E foi então que lhe ocorreu o brilhante contra-golpe de antecipar eleições, tão rápidas e tão surpreendentes que, pensava ele, iria apanhar toda a oposição de calças na mão, preparando tranquilamente as eleições de Outubro.

E tudo estava assim pacificamente orquestrado, quando, quarta-feira passada, por entre o folclore do candidato que aluga um avião para impressionar o pagode e outros que querem ser e não podem ou podem mas não querem, começa a circular o nome de um candidato absolutamente inesperado e verdadeiramente vindo de outro planeta: José Eduardo Moniz.
Durante toda a quarta e quinta-feira, os homens de Vieira tremeram na Luz: agora eram eles que não estavam preparados para aquele súbito desafio. Quinta-feira, quando cheguei à TVI, cerca das 18.30, o ambiente era de desalento entre a redacção. Havia um sentimento de orfandade antecipada no ar, mesmo entre os benfiquistas. Moniz foi o homem que ergueu a TVI do nada, o homem que é capaz como poucos de formar e liderar equipas, alguém que, como o próprio diria depois, quando se mete numa coisa é para ganhar. E, a esse hora da tarde, na TVI, como no Estádio da Luz, a convicção geral era de que ele ia mesmo avançar.
Às 20.10, ainda José Eduardo Moniz por ali andava, assistindo, como de costume, ao arranque do Jornal Nacional, e não dando a ninguém a mais pequena hipótese de adivinhar qual era a decisão que já tinha tomado e que comunicaria daí a pouco, em directo para o País. E às 21.05, ele começou a falar, de um hotel de Lisboa. Arrancou à José Eduardo: directo ao assunto, sem contemplações nem meias palavras, longérrimo dos jogos florais do «futebolês» a que estamos habituados, verdadeiramente vindo de outro planeta para desassossegar o planeta dos vencidos. Duvido que tenha havido um só benfiquista (todos traumatizados, e alguns já conformados, com anos sucessivos de mediocridade embrulhada em grandes triunfos e competência pessoal de Luís Filipe Vieira) que não tenha estremecido de entusiasmo apenas com o tom do discurso de Moniz. Durante cinco longos minutos, o Glorioso parecia poder estar de volta, já ao alcance da esquina e apenas pela capacidade mobilizadora daquele discurso. Se chegasse ao fim e dissesse, como parecia decorrer do discurso, «vou a eleições!», eu estou convencido de que já as tinha ganho. Houve ali qualquer coisa de «General Sem Medo» desafiando a ordem salazarenta das coisas. E o povo adora isso.
Mas, num golpe de verdadeiro anti-climax, Moniz concluiu o contrário: «Não vou». Não consegui escutar os suspiros de alívio que se devem ter ouvido em todas as imediações do Estádio da Luz, mas, dentro do estúdio, chegaram até nós os gritos de júbilo vindos da régie — e essa é a melhor homenagem que se pode prestar ao director-geral da TVI.
Chamado a comentar o assunto, disse isto — que continua a minha opinião, cinco dias volvidos: primeiro, que ficava contente, como colaborador da TVI, com a sua decisão de não se candidatar; segundo, que ficava igualmente contente, enquanto portista, pois que não tinha dúvidas de que, não só ele ganharia a eleição, como também de que seria um excelente presidente, como o Benfica há muitos, muitos anos, não tem. E acrescentei que, mesmo assim e a partir dessa não-candidatura, as coisas não voltariam a ser iguais para Vieira. Doravante, ele tem uma espada pendente sobre a cabeça, foi finalmente desafiado a sério e sem meias-palavras alguém disse alto e bom som a todos os benfiquistas que o seu presidente não estava ao nível da exigência e que só não era destronado imediatamente graças ao «golpe estatutário» a que lançara mãos, exactamente para o evitar. Não é preciso ser grande adivinho para perceber que tudo o que até agora foi tolerado a Vieira por falta de alternativa, vai deixar de o ser. Os benfiquistas já não vão conformar-se com mais palavreado oco e discursos de autopromoção: querem é ver resultados. E já. Eu, no lugar deles, quereria exactamente o mesmo.

Consciente de que assim tinha sido e de que o discurso de Moniz abalara a nação benfiquista, Vieira contra-atacou ontem, aqui, nas páginas de A Bola e por interposto José Manuel Delgado, citando «fontes benfiquistas». A tese bombástica, servida sem um estremecimento, é a de que Moniz seria um Miguel de Vasconcelos, servindo os Filipes de Espanha e pronto a abocanhar essa preciosidade disputada globalmente e que é «a marca Benfica» — através de uma fantástica conspiração, montada em tempo recorde, e que reuniria a Prisa, a Mediapro, a Cofina, o PSOE e a Caixa Geral de Depósitos. E Luís Filipe Vieira, claro, é o glorioso Duque de Bragança, futuro D. João IV, batendo-se como um leão solitário pela independência nacional e benfiquista. Como dizem os franceses, «il fallait y penser…!»
É preciso não conhecer José Eduardo Moniz para acreditar, um segundo que seja, que ele se dispusesse a ir para o Benfica para o vender aos espanhóis — e mais ainda à Prisa. E tudo isto, porque — explicaram «as mesmas fontes» a José Manuel Delgado — os espanhóis cobiçam os direitos televisivos dos jogos do Benfica, que pertencem a Joaquim Oliveira até 2013, «pela irrisória quantia de 8 milhões de euros/época» e querem «tomar conta da marca Benfica, a mais cobiçada em Portugal». Então, o negócio seria assim: os espanhóis entravam agora, pagando, no capital da SAD do Benfica, cuja maioria Moniz iria pôr em praça; depois, esperavam quatro anos pela caducidade dos direitos televisivos vendidos a Joaquim Oliveira; e a seguir, iriam vendê-los, por uma fortuna, à TVI — que entretanto, a Prisa teria vendido à Cofina. Mesmo dando de barato que a Prisa quisesse delamber-se do seu core-se-no-la que é a televisão, para se ir enfiar num clube de futebol, não consegui foi entender o papel da Cofina: para já, arruinavam-se a comprar a TVI por 100 milhões que a Caixa e não só lhe emprestariam, e depois voltavam a arruinar-se para ir comprar por uma fortuna os direitos televisivos que a Olivedesportos detém por uma ninharia. E com a «marca Benfica» conseguiriam o quê — o mesmo retumbante sucesso do «kit Benfica»?
Pensando bem, não sei, afinal, se Luís Filipe Vieira terá percebido o que lhe aconteceu, com aqueles dez arrasadores minutos de Moniz. Se terá percebido que o povo benfiquista já não vai lá com conversa fiada.
publicado por velhoestilo às 10:52
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Nortada

«Assalto» ao Glorioso Por MIGUEL SOUSA TAVARES

Os ditadores modernos nunca se assumem como tal, até porque têm sempre a seu favor poder reclamar a legitimidade democrática de uma eleição. A sua sabedoria consiste exactamente em saber perpetuar-se no poder, preparando as eleições de forma que não possa nunca haver outro vencedor. O nosso poder autárquico está cheio de casos destes, a que chamam os «dinossauros» do poder local; o poder regional tem o exemplo supremo, à escala mundial, do grande líder Jardim, vencedor de 27 eleições e há 30 anos no poder; o mundo futebolístico abunda em exemplos semelhantes, de que o mais conhecido e antigo é o de Pinto da Costa no FC Porto, e o último em data o de Luís Filipe Vieira no Benfica. A diferença (e estamos a falar de e futebol e competição) é que, enquanto que Pinto da Costa é um vencedor, Vieira é um perdedor — que fala grosso mas voa baixinho.

Já se conhece de cor e salteado a ladainha de Luís Filipe Vieira: ele está no Benfica com grande sacrifício pessoal e familiar e só faz o obséquio de se recandidatar e recandidatar para não entregar o clube a «aventureiros» e «oportunistas» — que agora querem vir colher os frutos que ele semeou em anos em que «recuperou a credibilidade» para a «instituição» e tornou a «marca Benfica» a coisa mais apetecível do mercado português (não esquecendo as vitórias desportivas: o inesquecível campeonato Trapattoni e uma coisa chamada Taça da Liga, conquistada a meias com Lucílio Baptista).
Viera passa os anos de mandato a fazer a sua auto-propaganda pessoal, percorrendo o povo benfiquista de lés a lés, e produzindo densos discursos de exaltação da sua pessoa. E passa o último ano dos mandatos a alertar contra os traidores que lhe querem roubar o lugar — esse crime de lesa-majestade! — atrevendo-se a disputar eleições contra ele. Este ano, com eleições previstas para Outubro, Vieira detectou no ar um cheiro a «instabilidade» insuportável e a conspiração adiantada. E foi então que lhe ocorreu o brilhante contra-golpe de antecipar eleições, tão rápidas e tão surpreendentes que, pensava ele, iria apanhar toda a oposição de calças na mão, preparando tranquilamente as eleições de Outubro.

E tudo estava assim pacificamente orquestrado, quando, quarta-feira passada, por entre o folclore do candidato que aluga um avião para impressionar o pagode e outros que querem ser e não podem ou podem mas não querem, começa a circular o nome de um candidato absolutamente inesperado e verdadeiramente vindo de outro planeta: José Eduardo Moniz.
Durante toda a quarta e quinta-feira, os homens de Vieira tremeram na Luz: agora eram eles que não estavam preparados para aquele súbito desafio. Quinta-feira, quando cheguei à TVI, cerca das 18.30, o ambiente era de desalento entre a redacção. Havia um sentimento de orfandade antecipada no ar, mesmo entre os benfiquistas. Moniz foi o homem que ergueu a TVI do nada, o homem que é capaz como poucos de formar e liderar equipas, alguém que, como o próprio diria depois, quando se mete numa coisa é para ganhar. E, a esse hora da tarde, na TVI, como no Estádio da Luz, a convicção geral era de que ele ia mesmo avançar.
Às 20.10, ainda José Eduardo Moniz por ali andava, assistindo, como de costume, ao arranque do Jornal Nacional, e não dando a ninguém a mais pequena hipótese de adivinhar qual era a decisão que já tinha tomado e que comunicaria daí a pouco, em directo para o País. E às 21.05, ele começou a falar, de um hotel de Lisboa. Arrancou à José Eduardo: directo ao assunto, sem contemplações nem meias palavras, longérrimo dos jogos florais do «futebolês» a que estamos habituados, verdadeiramente vindo de outro planeta para desassossegar o planeta dos vencidos. Duvido que tenha havido um só benfiquista (todos traumatizados, e alguns já conformados, com anos sucessivos de mediocridade embrulhada em grandes triunfos e competência pessoal de Luís Filipe Vieira) que não tenha estremecido de entusiasmo apenas com o tom do discurso de Moniz. Durante cinco longos minutos, o Glorioso parecia poder estar de volta, já ao alcance da esquina e apenas pela capacidade mobilizadora daquele discurso. Se chegasse ao fim e dissesse, como parecia decorrer do discurso, «vou a eleições!», eu estou convencido de que já as tinha ganho. Houve ali qualquer coisa de «General Sem Medo» desafiando a ordem salazarenta das coisas. E o povo adora isso.
Mas, num golpe de verdadeiro anti-climax, Moniz concluiu o contrário: «Não vou». Não consegui escutar os suspiros de alívio que se devem ter ouvido em todas as imediações do Estádio da Luz, mas, dentro do estúdio, chegaram até nós os gritos de júbilo vindos da régie — e essa é a melhor homenagem que se pode prestar ao director-geral da TVI.
Chamado a comentar o assunto, disse isto — que continua a minha opinião, cinco dias volvidos: primeiro, que ficava contente, como colaborador da TVI, com a sua decisão de não se candidatar; segundo, que ficava igualmente contente, enquanto portista, pois que não tinha dúvidas de que, não só ele ganharia a eleição, como também de que seria um excelente presidente, como o Benfica há muitos, muitos anos, não tem. E acrescentei que, mesmo assim e a partir dessa não-candidatura, as coisas não voltariam a ser iguais para Vieira. Doravante, ele tem uma espada pendente sobre a cabeça, foi finalmente desafiado a sério e sem meias-palavras alguém disse alto e bom som a todos os benfiquistas que o seu presidente não estava ao nível da exigência e que só não era destronado imediatamente graças ao «golpe estatutário» a que lançara mãos, exactamente para o evitar. Não é preciso ser grande adivinho para perceber que tudo o que até agora foi tolerado a Vieira por falta de alternativa, vai deixar de o ser. Os benfiquistas já não vão conformar-se com mais palavreado oco e discursos de autopromoção: querem é ver resultados. E já. Eu, no lugar deles, quereria exactamente o mesmo.

Consciente de que assim tinha sido e de que o discurso de Moniz abalara a nação benfiquista, Vieira contra-atacou ontem, aqui, nas páginas de A Bola e por interposto José Manuel Delgado, citando «fontes benfiquistas». A tese bombástica, servida sem um estremecimento, é a de que Moniz seria um Miguel de Vasconcelos, servindo os Filipes de Espanha e pronto a abocanhar essa preciosidade disputada globalmente e que é «a marca Benfica» — através de uma fantástica conspiração, montada em tempo recorde, e que reuniria a Prisa, a Mediapro, a Cofina, o PSOE e a Caixa Geral de Depósitos. E Luís Filipe Vieira, claro, é o glorioso Duque de Bragança, futuro D. João IV, batendo-se como um leão solitário pela independência nacional e benfiquista. Como dizem os franceses, «il fallait y penser…!»
É preciso não conhecer José Eduardo Moniz para acreditar, um segundo que seja, que ele se dispusesse a ir para o Benfica para o vender aos espanhóis — e mais ainda à Prisa. E tudo isto, porque — explicaram «as mesmas fontes» a José Manuel Delgado — os espanhóis cobiçam os direitos televisivos dos jogos do Benfica, que pertencem a Joaquim Oliveira até 2013, «pela irrisória quantia de 8 milhões de euros/época» e querem «tomar conta da marca Benfica, a mais cobiçada em Portugal». Então, o negócio seria assim: os espanhóis entravam agora, pagando, no capital da SAD do Benfica, cuja maioria Moniz iria pôr em praça; depois, esperavam quatro anos pela caducidade dos direitos televisivos vendidos a Joaquim Oliveira; e a seguir, iriam vendê-los, por uma fortuna, à TVI — que entretanto, a Prisa teria vendido à Cofina. Mesmo dando de barato que a Prisa quisesse delamber-se do seu core-se-no-la que é a televisão, para se ir enfiar num clube de futebol, não consegui foi entender o papel da Cofina: para já, arruinavam-se a comprar a TVI por 100 milhões que a Caixa e não só lhe emprestariam, e depois voltavam a arruinar-se para ir comprar por uma fortuna os direitos televisivos que a Olivedesportos detém por uma ninharia. E com a «marca Benfica» conseguiriam o quê — o mesmo retumbante sucesso do «kit Benfica»?
Pensando bem, não sei, afinal, se Luís Filipe Vieira terá percebido o que lhe aconteceu, com aqueles dez arrasadores minutos de Moniz. Se terá percebido que o povo benfiquista já não vai lá com conversa fiada.
publicado por velhoestilo às 10:52
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Quinta-feira, 18 de Junho de 2009

Os AMIGOS são tudo...

(No final do jogo os telefones davam a novidade do dia. O José Eduardo Moniz não iria ser candidato à presidência do Benfica. Pelo que me toca, o sentido de voto vai cada vez mais para a cor obrigatória dos equipamentos secundários do Glorioso. Ao ver isto fiquei com uma certeza... Em Nível este dá 9-0 ao actual Presidente)
publicado por velhoestilo às 23:09
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Os AMIGOS são tudo...

(No final do jogo os telefones davam a novidade do dia. O José Eduardo Moniz não iria ser candidato à presidência do Benfica. Pelo que me toca, o sentido de voto vai cada vez mais para a cor obrigatória dos equipamentos secundários do Glorioso. Ao ver isto fiquei com uma certeza... Em Nível este dá 9-0 ao actual Presidente)
publicado por velhoestilo às 23:09
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