Relembrando...Comecemos pelo princípio: quem no início da época diria que o SL Benfica vs Braga seria o jogo do título?
Ok... Ninguém...
E agora o fim... Assisti ao final deste Benfica-Braga como assisto a filmes que me agradam e marcam. Fico até ao final a ver a ficha técnica. Neste jogo, fiquei até final. Mexi-me do local que ocupo ligeiramente para o lado e limitei-me a observar a Luz. Não olhei mais para o relvado. Olhei para as ban
cadas da Luz. Para a minha frente e em baixo enquanto a rapaziada dos Diabos retirava as frases (de belo efeito), um pouco mais em frente para a rapaziada dos No Name retirava o lençol talismã do Benfica-Sporting de 2005, um pouco mais para cima para a malta do Grupo Manks que enrolava o lençol mais bonito que surgiu pela Luz em anos e para os anónimos benfiquistas, que em festa abandonavam a Luz. A nossa Luz. De volta às grandes noites. De volta à esperança.
Restavam os de Braga. Com mérito e valor. O apoio que conseguiram não teve gr
ande expressão perante uma Luz cheia. Mas vieram. Em número superior a dois milhares. É certo que estão a lutar pelo título. Mas ... Boa prestação.
A Luz cheia é um inferno. Empurra uma equipa (só com o Marseille não o senti... estava apática quase presa por um fantasma de vingança marselhês com décadas?). A Luz empurrou o Luisão. Tal como em 2004/2005. Este título (a acontecer...) será da Luz. Porque voltou a ser a Luz. Porque mesmo a burguesia dos novos estádios não conquistou a Luz popular. Parabéns a todos Nós.
Falando de Curvas
, o apoio poderia ser bem melhor dado os números presentes a Sul. Mesmo assim , como de costume, quando existe é forte e contagiante. No 3º anel da Sul o GM deu um ar da sua graça. Um lençol muito bem conseguido e conseguiram manter o seu pano até que a habitual Procensura o retirou. A Norte os Diabos. A parte alta do sector em efervescência e bons momentos. Boas frases, uma tocha aqui e outra ali. No cômputo geral uma boa noite para os Benfiquistas.
Em campo... Uma vitória por 1-0 por parte da equipa que mais fez por vencer. Jogo muito bom do Braga a mostrar porque está a 6 pontos do Benfica. E Luisão... o herói destes momentos. A história repete-se...
O título está ali perto. Bem perto. Mas ainda faltam 6 jogos. A equipa está confiante. Os adeptos estão confiantes. A Luz está confiante. Vamos a Ele Rapazes !!!!
Finalmente dois apontamentos.
Primeiro
este.
Depois a entrevista do
Presidente LFV à SIC. Confesso que não a vi (preferi o sofá para a Liga dos Campeões, numa de observar possíveis adversários do SLB para a próxima época) mas diz quem viu que o Presidente se engasgou quando falaram das claques...
Deixo 3 análises de referência.
Aqui,
aqui e
aqui.
Quando o sorteio ditou que após o Hertha de Berlim o Benfica poderia jogar com o Olympique de Marseille a primeira ideia que me veio à cabeça foi: não podes faltar.
E não faltei.
Sempre tive um fascínio especial por Marselha. Pela cidade e pelo clube. Sempre foi a Curva francesa que mais admirei. Desde miúdo. São aquelas coisas que não se explicam. Já tinha passado em Marseille 3 vezes. Uma "en route" para o Lazio-Benfica. Outra numa odisseia ultra / férias fantástica com o meu amigo M. e a última também de passagem (ah... as três sempre de carro a caminho de Itália) que me permitiu assistir a um OM-Le Mans. Na Virage Sud. Entre os Winners e o Commando, apesar das insistências da steward à qual solicitei o acesso à "curva" apesar do meu bilhete ser de Tribuna. "Eles passam o jogo todo aos saltos. O seu bilhete é para aqui. Não prefere aqui?" Claro que não...
Voltemos ao jogo em questão. O Marseille-Benfica. De 201o. O de 90 (neste caso a versão na Luz) apenas me consegue arrancar sentimentos de uma inveja saudável para o meu a
migo JN que me
fala dessa noite na Luz como uma das mais fantásticas a que assistiu. E do jogo da primeira mão de 2010 pouco há a dizer: uma presença discreta dos ultras marselheses e um empate merecido.
Ok. já me dispersei. Focalizado em Marseille novamente. Bem, da Curva (s) já falei. Da cidade há que falar também
. Confirmou-se a minha expectativa: é uma Napoli francesa. Paixão arrebatante pela clube local (carros, montras, varandas e pessoas constantemente a exibirem o símbolo e as cores do O.M.), uma vida e um caos constante, e muita cultura misturada. O que talves explique porque em Marseille sempre fui recebidos com sorrisos em lojas,restaurantes ou ruas. Ao contrário de outros locais em França. Marseille é especial. E sabe-o.
O jogo... que dizer? Apesar do apoio ser mais ou menos o de sempre nestes momentos (o Glorioso SLB, o "Benfica, Benfica"e pouco mais, apesar do esforço dos DV e NN presentes - muitas vezes a cantar em conjunto - como deve ser) não há muito a assinalar. Tirando obviamente a explosão de alegria quando o Kardec marca o merecido golo da vitória. Foi a debandada francesa e a exultação do Orgulho em ser do Benfica em território hostil (mas nada demais... umas trocas de objectos e cânticos e pouco mais - vi diversos
benfiquistas nas imediações do Velodrome após o jogo sem qualquer tipo de problema). Dentro de campo o costume no Benfica de Jesus: uma equipa bem organizada com fome de golo e que dá espectáculo. Há excepções? Houve. Mas este Benfica galvaniza e foi com confiança que encaramos o golo do O.M. como um mero percalço. E assim foi.
Dos grupos locais há que reconhecer um bom apoio vocal (mas nada de fantástico) em ambas as curvas. Mais fácil (pela proximidade óbvia) julgar a Virage Nord (com os MTP e os Yankee em destaque) mas sempre muito movimento nos Winners na Sud e algumas bandeiras excelentes no Commando.
Nos Diabos, além do pessoal que viajou de Portugal, uma excelente presença da rapaziada de Paris, Luxemburgo e Bruxelas. Uns habituais nestas andanças. E o nosso "guia" de Zurich, sem o qual era impossível tanto tempo bem passado na Provence.
Já a abandonar o estádio e na conhecida Boulevard Michelet, um momento qu
e me deixou a pensar. Uma carrinha com benfiquistas de França mete conversa connosco. O condutor diz: "Este ano ganhamos a Liga Europa. Há 2 anos que quem vence o Marseille o consegue" Será? Todos merecíamos, mas sobretudo esta Diáspora Benfiquista, que apesar de enumeras vezes me parecerem um pouco deslocados da realidade benfiquista no que toca ao apoio e à "cena ultra" sofrem pela distância pelo Benfica como ninguém. E nós às vezes nem damos valor à "sorte" que temos em viver nas proximidades da Luz...
Carrega Benfica !!! Orgulhosamente...
PS: O assunto do momento em França são os hooligans do PSG e a morte de um elemento da Boulogne nos confrontos com os da Auteil. Ou seja, para os mais leigos, entre ambas as curvas do PSG divididas pela política e muitas vezes pela raça. Ou por vezes absolutamente por nada. Desfolhar o L'Equipe ou o Le Monde basta para ver páginas e reportagens do assunto. Na nossa estadia em Marseille até um "especial" passou na TV.Exemplos destes deviam-nos fazer pensar. Mas há quem pareça não ter desenvolvido essa capacidade... É que a Morte é Igual para Todos... E a todos chega...
Caro Laurentino:
O que tens feito? Há muito tempo que não te vejo. Sei que suspendeste o Estatuto de Utilidade Pública da FPF e pouco mais. Mas adiante...
Escrevo-te porque acabei de ver umas imagens na TV. Passaram-se um pouco por toda a A2 e na área circundante ao Estádio do Algarve. Vi pela TV porque infelizmente não fui ao Algarve apoiar o Benfica. Decidi aproveitar uma deslocação europeia da minha equipa que se estendeu por mais uns dias. Coisas de "marginal das claques".
Vi imagens de pessoas a correr desenfreadas a fugir de bastões da GNR. Vi pessoas a saírem de autocarros quase obrigadas pelo arremesso de Gás Pimenta para dentro dos mesmos e a serem agredidas pelos mesmos agentes da autoridade.
E vi muita parvoíce. E li ainda mais. Relatos de agressões a adeptos que nada têm a ver com as claques organizadas de qualquer clube (sem apontar dedos ou cores).
Eu sei que não tens culpa disso Laurentino. A culpa é dos "ultras" que gostam mesmo é de "fazer merda" ou da nossa polícia que mata pessoas que fogem a operações Stop. Mas tens culpa numa coisa meu caro: de andares a vender a ideia da 16/2004 e de andares a "lixar" os adeptos ou ultras que nada queriam ter a ver com essa fraude eleitoralista que andaste a vender. Estás satisfeito com o que viste ontem? Eu não...
Existiram no entanto duas coisas me agradaram. A vitória fantástica do Benfica e a simbologia dos grupos da Luz de volta ao seu lugar por direito: a bancada.
De resto meu caro, um conselho, não vendas gato por lebre aos portugueses. Não vendas a ideia que as claques "legalizadas" resolvem um problema. Porque nada resolveram e a única coisa que tu conseguiste foi continuar a alimentar os "chupistas" do sistema.
Os de sempre.
Forte abraço.
Uma das vantagens de uma presença na Liga Europa é que nos permite destinos um pouco diferentes dos habituais da Champions League (o habitual é Espanha / Itália / Inglaterra). E com isso permite experiências um pouco diferentes (e mais animadas digamos).
Se a próxima deslocação é daquelas em que é obrigatório marcar presença (basta desf
olhar o velhinho livro dos Ultras Marseille para perceber o que digo em relação ao Benfica) a última acabou por ser surpreendente e bastante positiva.
Falemos primeiro do jogo do SLB (sim, porque há mais motivos de interesse). Um jogo morn
o e um ambiente frio do Olympiastadion. Planeado para 70.000 pessoas, albergava pouco mais de uma dezena de milhar. O apoio foi o possível. Com poucas pessoas a viajar desde Portugal, seria complicado pedir mais. O habitual nestas andanças. Os DV juntaram perto de 3 dezenas de elementos. Juntaram-se ao pessoal que viajou de Portugal os habituais do Luxemburgo, de Londres e da Suiça. Valeu pelo convívio antes e pós jogo. No entanto acabaram os DV por ter algum destaque pela frase exibida: "Aqui não há censura. Liberdade para os Ultras!". Um recado para os nossos governantes que insistem em leis que em países desenvolvidos e de primeira linha (como a Alemanha) seriam motivo para risada. Como dizia Montesquieu: "As leis inúteis atrapalham as necessárias". Lapidar. Mesmo sendo dito no século XVIII.
A curva do Hertha estava cheia. Bom apoio e sempre em movimento. Uma realidade habitual na Alemanha.
Após o jogo, uma ja
ntarada num restaurante local. Alemão? Não... Português. E havia vestígios de passagem de adeptos de outras cores.
Os restantes dias em Berlim foram dedicados a conhecer a cidade (visitem...vale a pena) mas ainda conseguimos "encaixar" um jogo da 2 Bundesliga.
Visitámos o FC Union Berlin. Clube tradicional (e oposicionista) da ex RDA do bairro de Kopenik. E que agradável surpresa. O ambiente em redor do estádio era o normal em qualque
r parte da europa central, mas mal passávamos os torniquetes para o interior do recinto (o bilhete custou a módica quantia de 7 euros... e há que analisar a realidade económica da Alemanha) estávamos num estádio alemão. Mesas de madeira, enormes canecas de cerveja e barraquinhas a vender bratwurst's davam o toque "alemão" ao futebol. E que dizer do apoio? Ficámos na "curva" onde estão os ultras do FC Berlin e foram 90 minutos de apoio em que todo o estádio cantava. Por vezes er
am os próprios adeptos da central a puxar. Calma... Não estamos na Grécia. Houve minutos em que as coisas foram mais mornas, mas no entanto, e partindo do principio que falo do FC Union Berlin e da realidade de um pequeno clube num bairro de Berlim há que lhes dar valor. E começo seriamente a pensar o quanto grande é a realidade alemã em termos de adeptos. Já em Nuremberga tinha ficado impressionado positivamente pelo ambiente.
O FC Union venceu o Koblenz por 3-2. Estavam cerca de 11 mil pessoas numa sexta à noite. 200 adeptos viajaram desde Koblenz. E o árbitro... era uma mulher.
No final, os jogadores do Union ainda gastaram cerca de 15 minutos do seu tempo a dar uma volta ao estádio. A saudar os adeptos e a agradecer o apoio. Todo o estádio cantava o Hino do Clube. Fantástico. Palavras para quê? É a Bundesliga. Um campeonato cada vez mais importante no panorama europeu. Com preços convidativos, em ambiente de festa e sem leis idiotas que atrapalham as necessárias.
Próxima paragem? Velodrome. Em Marseille.