Uma das vantagens de uma presença na Liga Europa é que nos permite destinos um pouco diferentes dos habituais da Champions League (o habitual é Espanha / Itália / Inglaterra). E com isso permite experiências um pouco diferentes (e mais animadas digamos).
Se a próxima deslocação é daquelas em que é obrigatório marcar presença (basta desf
olhar o velhinho livro dos Ultras Marseille para perceber o que digo em relação ao Benfica) a última acabou por ser surpreendente e bastante positiva.
Falemos primeiro do jogo do SLB (sim, porque há mais motivos de interesse). Um jogo morn
o e um ambiente frio do Olympiastadion. Planeado para 70.000 pessoas, albergava pouco mais de uma dezena de milhar. O apoio foi o possível. Com poucas pessoas a viajar desde Portugal, seria complicado pedir mais. O habitual nestas andanças. Os DV juntaram perto de 3 dezenas de elementos. Juntaram-se ao pessoal que viajou de Portugal os habituais do Luxemburgo, de Londres e da Suiça. Valeu pelo convívio antes e pós jogo. No entanto acabaram os DV por ter algum destaque pela frase exibida: "Aqui não há censura. Liberdade para os Ultras!". Um recado para os nossos governantes que insistem em leis que em países desenvolvidos e de primeira linha (como a Alemanha) seriam motivo para risada. Como dizia Montesquieu: "As leis inúteis atrapalham as necessárias". Lapidar. Mesmo sendo dito no século XVIII.
A curva do Hertha estava cheia. Bom apoio e sempre em movimento. Uma realidade habitual na Alemanha.
Após o jogo, uma ja
ntarada num restaurante local. Alemão? Não... Português. E havia vestígios de passagem de adeptos de outras cores.
Os restantes dias em Berlim foram dedicados a conhecer a cidade (visitem...vale a pena) mas ainda conseguimos "encaixar" um jogo da 2 Bundesliga.
Visitámos o FC Union Berlin. Clube tradicional (e oposicionista) da ex RDA do bairro de Kopenik. E que agradável surpresa. O ambiente em redor do estádio era o normal em qualque
r parte da europa central, mas mal passávamos os torniquetes para o interior do recinto (o bilhete custou a módica quantia de 7 euros... e há que analisar a realidade económica da Alemanha) estávamos num estádio alemão. Mesas de madeira, enormes canecas de cerveja e barraquinhas a vender bratwurst's davam o toque "alemão" ao futebol. E que dizer do apoio? Ficámos na "curva" onde estão os ultras do FC Berlin e foram 90 minutos de apoio em que todo o estádio cantava. Por vezes er
am os próprios adeptos da central a puxar. Calma... Não estamos na Grécia. Houve minutos em que as coisas foram mais mornas, mas no entanto, e partindo do principio que falo do FC Union Berlin e da realidade de um pequeno clube num bairro de Berlim há que lhes dar valor. E começo seriamente a pensar o quanto grande é a realidade alemã em termos de adeptos. Já em Nuremberga tinha ficado impressionado positivamente pelo ambiente.
O FC Union venceu o Koblenz por 3-2. Estavam cerca de 11 mil pessoas numa sexta à noite. 200 adeptos viajaram desde Koblenz. E o árbitro... era uma mulher.
No final, os jogadores do Union ainda gastaram cerca de 15 minutos do seu tempo a dar uma volta ao estádio. A saudar os adeptos e a agradecer o apoio. Todo o estádio cantava o Hino do Clube. Fantástico. Palavras para quê? É a Bundesliga. Um campeonato cada vez mais importante no panorama europeu. Com preços convidativos, em ambiente de festa e sem leis idiotas que atrapalham as necessárias.
Próxima paragem? Velodrome. Em Marseille.