Domingo, 10 de Junho de 2007
Há uns anos atrás, num daqueles típicos programas de TV em que eram convidados os elementos das claques (em que na realidade a conversa era sempre a mesma) um elemento do Colectivo (salvo erro…) ao ser questionado pela jornalista definiu a palavra Ultra como Amizade. Com tantas definições para Ultra que ouvimos por aí, se calhar o portista deu a mais correcta.
Olhando para todos os episódios que se passam numa claque (ou de preferência Grupo Ultra) assistimos a várias situações em que a palavra Amizade é posta à prova, pois há dificuldades que só com os amigos conseguimos ultrapassar. Como viria para casa após “transfertas” ao Norte que finalizavam às 4h da manhã na antiga Luz? Com boleia de amigos. Como conseguia viajar quando apenas estudava? Com ajuda de amigos (e família claro…). Como conseguia cantar se ao meu lado não estivesse alguém? Como poderia encontrar motivação para um jogo em que o Benfica apenas lutava para ir à UEFA e acabou por ficar em 6º? Porquê ir ao estrangeiro, de carro, perder semanas de trabalho ou escola, rios de dinheiro e cansaço? Amigos. Clube e Fé. Mas obviamente Amigos.
Há dias em que essa amizade não é posta à prova, mas sim em causa. Essa é a face mais negra de vida de Ultras. Não são as derrotas das nossas cores, não é a transferência do jogador que mais admiramos para o clube mais odiado (livra-te Miccoli…) . É aquele dia em que a pessoa que nos sorria e dava as famigeradas palmadas nas costas mostra as suas “garras” porque pura e simplesmente não tivemos (ou acha que não tivemos) a atitude que queria que tivéssemos em determinado momento. E nesse momento julga-nos. E arrisca aquilo que é mais importante na vida de Ultras: a Amizade.